Prodi renuncia e política italiana fica ainda mais confusa
Durante os dias de Momo os cadernos de política perderam importância. E as notícias internacionais também. Mas isso não significa que a roda não rodou.
Dois acontecimentos com relação à posição de países frente às ocupações do Iraque e do Afeganistão prometem ainda muita repercussão. Um diz respeito ao anúncio do início das retiradas das tropas britânicas do Iraque e o outro à renúncia do primeiro-ministro italiano Romano Prodi. À frente de uma coligação heterodoxa de partidos que vai da centro-direita à esquerda comunista, Prodi derrotou há menos de um ano o ex-premiê Silvio Berlusconi.
O que levou Prodi a renunciar foi o resultado de uma votação no Senado em que foram rejeitadas as diretrizes da política externa italiana defendida em plenário pelo chanceler Massimo D´Alema.
Os pontos polêmicos que levaram a proposta à derrota foram o de ela não tratar da retirada dos dois mil soldados italianos do Afeganistão e de ainda ampliar uma base norte-americana na cidade de Vicenza, ao norte do país.
D´Alema que já foi dirigente comunista e hoje é líder da Esquerda Democrática sofre enorme desgaste com o resultado e está fora do governo. Mais do que isso, compromete o futuro político do seu grupo por defender posições que outrora criticou.
Ao mesmo tempo, Prodi pode aproveitar a ocasião para dar uma “certa endireitada” no seu governo, já que ele pode voltar compondo nova base. Mas como renúncia é renúncia, nada impede que novas eleições venham a ocorrer na Itália. E que Berlusconi consiga retornar ao cargo. Estaremos atentos aos desdobramentos.
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