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quinta-feira, janeiro 25

Tibúrcio acha que é o momento da implementação das propostas

O jornalista baiano Carlos Tibúrcio é ao menos um dos tios do FSM. Mas nunca o vi reivindicar tal grau de parentesco. Quem reconheceu sua importância de forma pública foi o reconhecido pai do FSM Oded Gragew, em entrevista exclusiva à revista Fórum que está nas bancas. Gragew disse que depois de conversar com Chico Witacker e os franceses Bernard Cassen e Ignacio Ramonet, foi procurar os brasileiros Carlos Tibúrcio e Antonio Martins, outro amigo discreto, para tocar o barco da realização do evento. E ambos se engajaram já na primeira hora.

Hoje, Tibúrcio trabalha na secretaria-geral da presidência da República do Brasil, que tem o mineiro Luiz Dulci, que também estava neste FSM de Nairobi, como ministro.

Tibúrcio sempre defendeu que o FSM fosse um ano em Porto Alegre e outro, se houvesse alguma cidade disposta a realizá-lo, fora do Brasil. Ainda não está convencido de que o evento deve ser bi-anual. “Acho que isso pode vir a ser um retrocesso”.

Numa conversa com este blog, na Casa Brasil, fez a seguinte avaliação do FSM de Nairobi: “Sua realização na África foi uma vitória política, mas depois de sete edições o FSM precisa enfrentar algumas questões”. E a seu ver a questão central é: “O FSM nasceu como um espaço de resistência, e cumpriu de forma ampla esse papel. Depois se tornou um espaço de formulação de propostas. Agora, precisa ser um instrumento de implementação delas”.

Tibúrcio considera que mesmo que tenha de atuar no sentido de que governos abracem propostas surgidas no FSM isso em nenhum momento vai contra a carta de princípios. “Há questões que são consensuais no FSM, em torno delas deve-se buscar parcerias, inclusive com governos, para buscar sua ampla implementação. Fazer com que boas propostas surgidas aqui tornem-se políticas públicas em um número maior de países deve ser um dos trabalho do FSM.”