Os urubus da barbárie
O assassinato do menino João Hélio, 6 anos, revolta pelo sadismo da ação e traz à tona os nossos mais desqualificados sentimentos de reação. Agora, fazer de uma barbaridade como esta um show midiático e torná-la bandeira de debates que deveriam se dar com seriedade e serenidade é deprimente.
Crimes com esse tipo de componente repetem-se a cada tempo. Podem acontecer na Zona Norte do Rio de Janeiro ou numa cidade rica dos EUA. Às vezes têm jovens pobres envolvidos, outras têm filhos de famílias ricas de Brasília. Em alguns momentos são pretos ou mulatos os que os praticam, em outros só ricos brancos.
Se fosse pai de João Hélio, talvez também clamasse por vingança. E se tivesse a oportunidade de matar cada um dos canalhas que participaram da ação, não perderia a chance.
Como jornalista, sinto raiva de ver veículos de comunicação e coleguinhas se comportando como urubus. Usando o corpo de uma criança para vender sua ideologia sanguinária, racista e discricionária.
Os assassinos de João Hélio são os responsáveis diretos por um ato de barbárie. Mas os que lucram com esse tipo de barbárie são outros.
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