Alguns detalhes de um safari
Fotos: Juliana Di Thomazo
A Reserva Nacional de Masai Mara fica a seis horas de Nairóbi, mas ela faz parte da vida da capital do Quênia. Seus 1.510 km2 e a população estimada em 1,5 milhão de animais a tornam o mais importante ponto de visitação turística do país. E um dos mais famosos do planeta.
Vir ao Quênia e não ir ao Masai Mara é tão possível quanto ir ao Brasil e não visitar o Rio de Janeiro. Até os paulistas reconhecem a maestria da beleza natural do Rio, mas o Brasil não é o Rio.
Muitos brasileiros que virão ou já estão no Quênia para o FSM não terão tempo ou mesmo recursos para conhecer a reserva. E terão sentido e vivido a África num país representativo das possibilidades e contradições deste Continente.
Observação feita, de qualquer maneira é necessário registrar, um safári no Masai Mara é uma experiência e tanto. E só se pode tê-la no Quênia.
Mais do que ficar viajando naqueles carros que o leitor já deve ter cansado de ver na National Geographic (com capota removível) e ficar disparando o botão da máquina fotográfica a cada bicho exótico que faz um movimento, vive-se num safári uma relação diferenciada com o mundo animal.
Só num espaço onde não haja qualquer interferência humana danosa a esse hatitat natural é possível se perceber como se organizam as diferentes espécies, que tipo de comportamento têm em relação a suas crias, quais são os movimentos que fazem para garantir a sua alimentação etc.
É de uma beleza rara ver um leão brincando com seu filhote, se escondendo entre arbustos, se arrastando por entre uma grama um pouco mais alta, até atacá-lo por trás e depois lambê-lo carinhosamente.
Fotos: Juliana Di Thomazo
Duas girafas se acarinhando como que num balé de enormes pescoços. Uma onça se espreguiçando sobre o galho de uma árvore e desconsiderando a presença de uns cinco carros cheios de turistas que a fotografavam. Aqueles enormes elefantes de olhar profundo, como se estivessem a dizer algo aos intrusos.
Mas além do Masai Mara em outras reservas também se pode ver cenas como essas. Acontece que nelas não se têm a população local, criando ovelhas, bois, galinhas e cabras como se estivesse numa fazenda tranqüila, onde aqueles fossem os únicos animais a dividir a área.
Os Masais parecem ter feito um trato com os outros animais que não fazem parte da sua atividade pastoril. Um não ataca ou outro, só muito eventualmente. Em algumas ocasiões festivas, por exemplo, uma outra espécie desses animais é sacrificada. Uma dessas festas é realizada antes de os garotos de 12 a 15 anos serem circuncidados.
Nem toda a população local é feliz com a utilização da sua reserva para exploração turística, mas uma boa parte trabalha para o que a atividade gera. Além do comércio das tradicionais mantas Massai, vende-se bijouterias, pequenas reproduções de animais e outras peças de artesanato local. Mas muitos Massai ainda trabalham nos hotéis, nos desbloqueios de estradas de terra, onde a cada momento se vê um carro atolado, ou ainda participam de comunidades que tem campings onde empresas turísticas levam seus clientes para pernoitar nas barracas por eles gerenciadas.
Num camping como esse, pode-se ter um contato um pouco mais próximo da população local. Ter um Massai como um guia para uma curta caminhada. E vê-lo tomando em 15 segundos uma garrafa de Coca Cola, enquanto você mal conseguiu colocar a cerveja no copo.
2 Comments:
Rovai, numa boa, acho qeu a sua praia não é apresentar documentários da National Geographic. Não é um jacques Cousteau... Piadas à parte, prefiro ler sobre o Fórum Social...
Rovai, exportaram onça para esse safari?
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